quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Simone Bittencourt

Simone Bittencourt de Oliveira, conhecida simplesmente como Simone (Salvador, 25 de dezembro de 1949), é uma cantora brasileira.
Filha de Otto Gentil de Oliveira e Letícia Bittencourt de Oliveira, Simone nasceu prematura de oito meses no bairro de Brotas (Bahia) e sétima filha entre nove irmãos.
 Em 1966, mudou-se para São Caetano do Sul, cursou Educação Física em Santos, onde foi colega dos jogadores de futebol Pelé, Emerson e Leivinha, e deu aulas no bairro de Santana, na capital paulista..
Jogadora profissional de basquete, chegou a ser convocada duas vezes para a Seleção Brasileira de Basquetebol Feminino, mas devido a duas entorses, foi cortada antes do embarque; e na segunda, durante o Campeonato Mundial de Basquete Feminino de 1971, onde ficou no banco de reservas.
Antes de se tornar conhecida do público brasileiro, participou de uma turnê internacional (1973) [5] organizada por aquele que se tornaria um dos grandes incentivadores, Hermínio Bello de Carvalho. A excursão internacional, intitulada Panorama Brasileiro, incluía no roteiro o Olympia em Paris, entre outras cidades europeias.
Em 1974, Festa Brasil, percorre 20 cidades dos Estados Unidos, além do palco do teatro anexo do Madison Square Garden (Nova York).
A turnê foi um grande sucesso e originou os discos Brasil Export 73 e Festa Brasil (lançado nos Estados Unidos) --ambos produzidos por Hermínio Bello, que ainda produziria os dois álbuns subsequentes, Quatro Paredes e Gotas d´Água; neste último a produção foi realizada em parceria com Milton Nascimento.[6] Em 1976, ao lado de Vinícius de Moraes e Toquinho participa do Circuito Universitário, uma série de apresentações, que além do Brasil, viajou a Argentina, Uruguai, Chile, México e Brasil.
A partir da segunda metade da década de 1960 (1965), em plena efervescência da contracultura e no rescaldo do pós-bossa-nova, estrearam na televisão brasileira os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record).
Contemporâneos da Jovem Guarda e do Tropicalismo os Festivais açambarcavam todos esses estilos, a bossa nova, o rock vanguardista da Jovem Guarda e o ecletismo do tropicalistas -e ainda seria o palco de estreia de um novo e definitivo estilo, a MPB, inaugurado com a interpretação antológica da novata Elis Regina, então com apenas 20 anos de idade recém- completados, cantando "Arrastão".
Durante duas décadas a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso da transmissão desses espetáculos que apresentavam os novos talentos, registrando índices recordes de audiência. O especial Mulher 80 (Rede Globo) foi um destes marcantes momentos da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da ampla preponderância das vozes femininas, com Elis Regina, Maria Bethânia, Fafá de Belém, Marina Lima, Simone, Rita Lee, Joanna, Zezé Motta, Gal Costa e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções "Chega de Mágoa" e "Seca d'Água".
Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro. Também em 1985 cantou no coro de vozes latinas Cantarei, Cantarás.
Em 1989, dez anos depois de conquistar o primeiro disco de ouro, a artista figurava entre os poucos a ainda protagonizar especiais televisivos: Simone - Especial (Rede Globo) apresentou trechos do espetáculo Sedução, em cartaz no Palace (São Paulo); dividiu o palco na tradicional apresentação de final de ano cantando ao lado de Roberto Carlos. Participou também do especial da Rede Globo Cazuza – Uma Prova de Amor, interpretando ao lado de Cazuza a canção "Codinome Beija-flor". No LP Vício grava "Louvor a Chico Mendes" ao vivo com a Caprichosos de Pilares.
 Encerrou os anos 80 como a maior vendedora de discos de toda a década.
Ao longo da infância e juventude as principais referências deste repertório romântico foram Roberto Carlos, Milton Nascimento e Maysa Matarazzo, de quem é grande fã e que grande influência exerceu na carreira, Dolores Duran, Ângela Maria, Nora Ney e Elizeth Cardoso -- as maiores expoentes do gênero samba-canção ou fossa. O gênero, comparado ao bolero, pela exploração e exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo.
O samba canção (surgido na década de 1930) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 1950, em 1957), com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último, herdeiro do jazz norte-americano, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia.
O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas com a bossa, é o de uma cantora mais dramática e a voz é mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do samba-canção e do bolero. O declarado gosto pessoal da cantora por boleros advém desta herança musical.
 Ao lançar o CD Fica Comigo Esta Noite, comentou: Bolero é bolero. Quando você tem um cara como o Luiz Conte que tem uma pegada de bolero especial, fica mais fácil.
É o métier dele. Por exemplo, no show, o (Fernando) Caneca tocava guitarra, violão, viola, tudo junto. No disco, a gente tem mais tempo e pode variar mais de músicos e testar o que for melhor. No mais, eu sou a rainha do bolero. Adoro!.
Já como intérprete, Ivan Lins, Vitor Martins, Milton Nascimento, Fernando Brant, Paulo César Pinheiro, Gonzaguinha, Chico Buarque, Martinho da Vila, Fátima Guedes, João Bosco, Aldir Blanc, Isolda, Roberto Carlos, Hermínio Bello de Carvalho, Paulinho da Viola, Sueli Costa e Abel Silva são os compositores com maior número de interpretações na voz. O repertório atual inclui ainda Zélia Duncan, Cássia Eller, Adriana Calcanhotto, Aldir Blanc, Joyce, Martinho da Vila, Ivan Lins, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e Lenine.

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